Berrió, a cerveja feita de caju, que vai virar renda para agricultores no Piauí

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Suco, doce, mousse, hambúrguer, moqueca, balinha, tudo do caju, são algumas invenções e leque de alternativas já conhecidas pelo piauiense. A novidade agora é que a cervejaria Ambev resolveu investir no fruto e incluiu na produção da empresa, a Berrió, a cerveja produzida a partir do caju. Uma fruta, conhecida em todo o Brasil, mas que ganhou uma simbologia com a canção “existirmos, a que será que se destina? Pois, quando tu me deste a rosa pequenina”- a famosa “Cajuína”- de Caetano Veloso.

Na semana que comemorou o Dia do Piauí – 19 de outubro – a cervejaria preparou uma degustação especial para a imprensa e apresentou a Berrió. A cerveja é genuinamente piauiense homenageia o B-R-O Bró, época mais quente do ano que compreende de setembro a dezembro com temperaturas que chegam a 40 graus Celsius.

A cerveja é leve e chegará ao mercado no início de dezembro para competir com as de puro malte que têm crescido na preferência. Com esse mesmo proposito social, a Ambev lançou a “Magnífica” no Maranhão, à base de mandioca, a “Legítima” no Ceará e “Nossa” em Pernambuco.

Valorização da agricultura familiar

É uma cerveja de caju para valorizar a cultura e a produção local. Esse é o conceito da Berrió, segundo a Ambev. O novo produto está sendo fabricado com as frutas produzidas por produtores da agricultura familiar de cinco municípios – Monsenhor Hipólito, Francisco Santos, Campo Grande do Piauí, Canto do Buriti e Pio IX – por meio da Cooperativa Mista Agroindustrial de Francisco Santos, Cooperativa Mista Agroindustrial de Monsenhor Hipólito e Assentamento Nova Esperança de Pio IX.

A piauiense Lanesa Vieira, supervisora de Agro da Ambev é uma das responsáveis pela implantação do projeto, informou que a empresa já comprou na última colheita, mais de 240 toneladas de caju.

“Estamos trabalhando com cinco municípios, mas a perspectiva é aumentar esse quadro, até 2025 queremos impactar mais de 4 mil pessoas no estado”.

Segundo Lanesa, a produção local, antes da compra da Ambev, era usada para ração animal e outra parte era desperdiçada.
“A princípio nós adquirimos o pseudofruto de caju sem olhar a variedade específica, mas o projeto é justamente acompanhar do campo até o copo”.

Atualmente o projeto envolve 1.400 pessoas, entre produtores, colhedores, ajudantes de carregamento e descarregamento e transportadores. Ao todo são mais de 600 famílias impactadas positivamente pela produção local.

Renan Carvalho, gerente regional de marketing, informou que o projeto de pesquisa durou cerca de dois anos, desde entrevistas em bares a questionamentos on-line.

“No final quem decidiu foi o piauiense. Rodamos bares conversando com consumidores, convidamos eles para provarem líquido, nome, para ajudar na construção da marca, todo processo teve um piauiense ajudando”, disse Renan, informando que nos últimos cinco anos, no estado foram consumidos mais de 100 milhões de litros de cerveja.

Foto: Roberta Aline

Mestre cervejeira, Gabriela Pires

Gabriela Pires, mestre cervejeira, informou que a Berrió é diferente das outras já na brassagem.

“Na etapa de fervura, a gente faz a adição do suco de caju concentrado, ela já vem com as etapas de fermentação e maturação já com aroma do caju. Quando a gente for degustar a Berrió vai encontrar uma cerveja refrescante. Sua receita traz leveza, o que combina muito com o clima do  Piauí e vai encontrar um aroma de caju bem perceptível, mas suave, e torna ela uma cerveja fácil de beber e fácil de harmonizar com muitos pratos regionais”, disse a mestre cervejeira que informou que existem cerveja em outros estados à base de pequi, mel e outros ingredientes.

Bruno Biroli, diretor da cervejaria no Piauí, destacou que a Berrió é “leve, saborosa e refrescante”.

“A ideia que ela esteja em todo o Piauí e esse também é um diferencial. Quem for de fora do estado vai ter que atravessar a ponte e vim pra cá consumir ela. O caju foi escolhido por poder representar a sua história e o povo. O mais legal é que a cerveja ficou muito gostosa, é com um sabor único. Ela tem potencial para ser nacional porque ficou muito bacana, porém não vai ser, ela vai ficar no Piauí”.

Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

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