Mortes pelo coronavírus caíram cerca de 80% em dois meses em Teresina; cidade mantém queda de casos

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Prefeito Firmino Filho (PSDB) destacou um aumento de quase 20% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave na capital, único índice que cresceu na capital em relação ao coronavírus.

Por Maria Romero, G1 PI — Teresina

24/09/2020 10h29  Atualizado há 2 horas

Teresina registrou uma redução de cerca de 80% nos índices relacionados aos óbitos por Covid-19, entre julho e setembro de 2020. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (24) em mais uma etapa da pesquisa sorológica apresentada pelo prefeito Firmino Filho (PSDB), em videoconferência.

Quanto aos dados semanais, a queda chegou a 77% entre a metade de julho e a metade de setembro, de acordo com o prefeito da capital. Enquanto em uma semana de julho a capital registrou 89 mortes de residentes, a última semana de setembro registrou 20 mortes.

Quanto à média móvel diária, a queda chegou a 84%. No pico da doença, em julho, houve registro de até 14 mortes diárias pela Covid-19. Já em setembro, a média é de dois óbitos diários.

“Vemos que a queda tem sido mais lenta do que foi o crescimento da doença, mas mesmo assim vemos que a cidade mantém essa tendência de redução nos índices”, comentou o prefeito.

Anticorpos estão “sumindo”

O prefeito destacou uma tendência na redução no total de casos positivos, tanto com infecções recentes quanto mais antigas, ou seja, a população está deixando de apresentar anticorpos no organismo.

Isso porque a confirmação da infecção pelo coronavírus é feita por meio de dois testes: um detecta a presença do vírus nas vias áreas [PCR] e outro detecta a presença de anticorpos (IGG e IGM) no sangue [teste rápido, usado na pesquisa feita pela Prefeitura de Teresina].

Este teste mostra quando a infecção é relativamente recente, há cerca de sete dias (IGM positivo) e quando a infecção já tem mais de 14 dias (IGG positivo). No total, a média de positivados foi de 126,8 mil pessoas na cidade na última pesquisa. Este número já chegou a ser de quase 220 mil pessoas, em junho.

“A tese é de que ao longo do tempo as pessoas perdem os anticorpos e desenvolvem outra imunidade, que seria celular ou cruzada [em que outros anticorpos passam a combater o vírus] e que também são eficientes. Alguns pesquisadores de São Paulo supõem que se a doença não se espalha mesmo com a queda de anticorpos, deve haver outra forma de imunidade”, explicou.

Aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

Um índice que tem acendido a “luz amarela”, de acordo com Firmino Filho, é o aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Na última semana, o aumento foi de quase 20% em relação à semana anterior.

Contudo, em relação aos dados totais da pandemia, o número ainda é cerca de 70% menor do que o registrado no pico da doença, entre junho e julho. O pico chegou a registrar 800 casos em uma semana e, na última pesquisa, 200.

“Esse aumento nas duas ultimas semanas é um dado que tem que ser monitorado, que acende uma luz amarela, mas não pode ser visto de forma isolada. Apesar de tudo, estamos com taxa de ocupação hospitalar boa, temos como atender as pessoas. Vamos continuar observando e se houver necessidade, podemos congelar a retomada das atividades ou mesmo retroceder, mas ainda é muito cedo para se falar disso, temos que observar as próximas semanas”, declarou.

Ocupação de leitos de UTI e enfermarias

De acordo com o prefeito, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid está em cerca de 64%, condição confortável, levando em conta que o ideal é uma ocupação até 70%. Além disso, o prefeito destacou que o número total de leitos ofertados já diminuiu em relação ao pico da pandemia.

“Já iniciamos a conversão dos leitos para UTI convencionais, porque essa demanda tem aumentado. Assim também estamos fazendo com os leitos clínicos, que estão com taxa de ocupação de cerca de 50%”, disse.

O prefeito comentou ainda sobre a importância de o governo do estado também começar a conversão de leitos, por temer uma superlotação no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), hospital gerido pela prefeitura e referência no atendimento a ortopedia.

“Com o fechamento do HPM [Hospital de Polícia Militar] e o HGV [ Hospital Getúlio Vargas], estamos sem retaguarda no atendimento a casos ortopédicos, então precisamos desse reforço, porque o HUT está precisando”, disse o prefeito.

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